sábado, 30 de julho de 2011

Novo filme de Silvio Tendler denuncia perigo dos agrotóxicos

O Teatro Casa Grande, no Leblon, ficou lotado no dia 25 de julho para o lançamento de O veneno está na mesa, o mais novo documentário do cineasta Silvio Tendler. Em apenas 50 minutos, o filme mostra os enormes prejuízos causados por um modelo agrário baseado no agronegócio. Além dos ataques ao meio ambiente, os venenos cada vez mais utilizados nas plantações causam sérios riscos à saúde tanto do consumidor final quanto de agricultores expostos diariamente à intoxicação. Nessa história toda, só quem lucra são as grandes empresas transnacionais, como a Monsanto, Syngenta, Bayer, Dow, DuPont, dentre outras.



Nós somos as grandes vítimas dessa triste realidade, já que o Brasil é o país do mundo que mais consome os venenos: são 5,2 litros/ano por habitante. A ANVISA denuncia que, em 2009, quase 30% dos mais de 3000 alimentos analisados apresentaram resultados insatisfatórios, com níveis de agrotóxicos muito acima da quantidade tolerável. Apesar do quadro negativo, o filme aponta pequenas iniciativas em defesa de um outro modelo de produção agrícola. Um importante exemplo vem da Argentina: em 20 09, a presidenta Cristina Kirchner ordenou à ministra da saúde, Graciela Ocaña, a abertura de uma investigação oficial sobre o impacto, na saúde, do uso de agrotóxicos nas lavouras. Enquanto isso, no Brasil, há incentivo fiscal para quem usa esses produtos, gerando uma contradição entre a saúde da população e a economia do país, com privilégio da segunda.

Fonte: NPC

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Da turma do fundão aos tímidos: pesquisa mostra tipos de alunos

A patricinha, o roqueiro, o sonolento, a estudiosa. Os tipos de alunos encontrados em uma escola já foram retratados com humor em filmes adolescentes e em videoclipes musicais, mas agora pesquisadores da Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) traçaram um perfil psicológico de 51 mil pessoas que deve servir para que os professores "entendam seus alunos".
Fazendo uso de um questionário online (www.temperamento.com.br), os estudiosos analisaram o perfil de pessoas com idades entre 11 e 32 anos. Médico psiquiatra e professor titular da Faculdade de Biociências da PUCRS, Diogo Lara aplicou os resultados obtidos em uma sala de aula e concluiu que, dentro de um ambiente de ensino, existem quatro perfis de estudantes: estáveis, internalizados ou inibidos, instáveis e externalizados.
De acordo com ele, esses perfis são baseados em características pessoais e sentimentos que se manifestam no indivíduo durante uma aula, seja da escola ou da faculdade. "Os tipos são determinantes para o sucesso ou fracasso do ensino. O desafio do professor é se adequar aos seus estudantes para aumentar o rendimento da turma", diz.
O perfil predominante em uma escola são os estáveis, que compreendem 30% da população escolar. "Eles são perfeccionistas, bem dispostos e têm perfil de liderança. É o grupo mais fácil de trabalhar, pois se adaptam a diferentes tipos de atividades com facilidade", explica Lara. Contudo, o mesmo não acontece com os internalizados ou inibidos, que representam de 20% a 25% dos estudantes e possuem características como timidez e depressão. Eles lidam bem com aulas expositivas, mas não gostam de trabalho em grupo. Além disso, participam pouco da aula.
Os conhecidos como "galera do fundão", também foram identificados na pesquisa, em que receberam a denominação de instáveis e representam de 20% a 25% dos alunos em uma sala de aula. Possuindo comportamentos como alternância de humor e agitação, esse grupo tende a não lidar bem com regras e ensinamentos monótonos. Segundo o psiquiatra, os professores devem ser pacientes com este grupo e saber conversar. Aulas interativas são bem recebidas por eles.
Por fim, existem ainda os externalizados, que também se sentam no fundo da sala e representam de 20% a 25% dos estudantes. Conforme o estudo, eles são desinibidos e não gostam de aulas formais, preferindo atividades dinâmicas e esportivas, nas quais possam descarregar energia. Lara explica que a diferença deste grupo para os instáveis está na forma como lidam com conflitos. "Os instáveis se magoam, e os externalizados passam para a briga", define. Ou seja, os grupos externalizados e instáveis, que juntos representam 40% dos estudantes, não aprendem com o tipo de aula mais usada nas escolas: as expositivas.
O pesquisador explica que o estudo comprova que o sucesso em sala de aula depende da capacidade do professor de saber ler seus alunos e variar os tipos de exercícios para atingir todos os grupos. "Em uma sala de aula, sempre vai existir os quatro perfis. Mas se houver predomínio de algum tipo, o professor deve se adaptar para dar aulas em um estilo que se encaixe mais com a maioria. Por exemplo: dar aulas mais dinâmicas e interativas em uma turma com mais instáveis e externalizados", recomenda.
Observação e intuição do professor ajudam a identificar perfis
Para os professores que desejam reconhecer os perfis dos seus alunos, Lara sugere analisar o local onde os estudantes costumam sentar. Os estáveis, por exemplo, preferem as mesas no centro ou na frente da sala. Os Inibidos, geralmente, escolhem as cadeiras da frente, e os externalizados e instáveis se reúnem nas classes do fundo. "Normalmente, os educadores conseguem perceber isso por intuição e observação. A questão é saber se eles estão trabalhando com essa diversidade", diz.
Ou seja, segundo sugere o psiquiatra, não é preciso usar metodologia científica para identificar os diferentes tipos de alunos em uma aula. Com sensibilidade, alguns professores fazem suas próprias definições de perfis e trabalham a partir disso.
O professor universitário Arievaldo Alves de Lima, da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro, tem o costume de observar muito seus alunos nos primeiros dias de aulas e realizar atividades interativas seguidas de alguns questionários. O objetivo do educador de Ciências Contábeis é traçar o perfil de seus estudantes para saber qual o tipo de aula será mais eficaz para cada um deles. "Cada um tem o seu modelo próprio de ação e recepção do aprendizado, e o professor precisa compreender isso", afirma.
Lima conta que passou a ter essa sensibilidade somente depois que se formou em Pedagogia. Devido a anos de experiência e observação, o professor também traçou quatro perfis de alunos. O primeiro grupo é o que Lima chama de diplomatas: "Esse aluno prefere trabalhar com pessoas a lidar com informação escrita; prefere estudar em grupo e gosta de atenção especial do professor". Também existem os burocratas, que gostam de trabalhar sozinhos com leituras, textos e exercícios. "Esse grupo tende a rejeitar atividades subjetivas, pois eles dão valor à informação documentada que faz com que tenham controle de seu estudo. Além disso, eles costumam pensar muito antes de falar, o que resulta em uma baixa participação em sala de aula", afirma Lima.
Outro perfil de estudante observado pelo professor são os práticos, que preferem que a aula vá direito ao ponto, sem ações paralelas. "Eles gostam de realizar exercícios e preferem trabalhar sozinhos. Minha dica para trabalhar com eles é abusar de listas como, cinco regras para acentuar bem, três axiomas de probabilidade, etc.". Contudo, este tipo de exercício não irá funcionar para os radicais, que respondem a aulas cheias de novidades e interatividades. "Eles basicamente são a turma do fundão e se interessam por aulas em power point, com vídeos e cheias de histórias ilustrativas e curiosas", ensina.
A professora de inglês e espanhol da Escola de Idiomas CCAA, de Diadema (SP), Zailda Coirano, define seus alunos pela motivação de cada um deles para estar ali. Ela afirma perceber que alguns alunos são motivados pela vontade de serem os melhores da turma e ser reconhecidos por isso, outros, somente pelo desejo de fazer amigos e serem aceitos pelo grupo. Um último grupo é o que ela chama de individualistas, são preocupados com o conteúdo em si e com sua própria compreensão e aprendizagem.
"Quando um aluno está com dificuldades, por exemplo, eu vou incentivá-lo de acordo com sua motivação. Se ele for individualista, vou dizer que ele deve melhorar para não rodar, por exemplo. Já se ele for preocupado com o grupo, vou usar o argumento de que ele precisa estudar para acompanhar os colegas", ensina, destacando que percebeu um maior rendimento dos alunos quando passou a trabalhar dessa forma.

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI5267453-EI8266,00-Da+turma+do+fundao+aos+timidos+pesquisa+mostra+tipos+de+alunos.html

Mulheres na Ciência 2011 anuncia vencedoras

29/07/2011

Agência FAPESP – Foram anunciadas as pesquisadoras brasileiras vencedoras do prêmio L’Oréal/Unesco/ABC para Mulheres na Ciência 2011. Elas receberão bolsa-auxílio, em reais, no valor equivalente a US$ 20 mil para ajudar no desenvolvimento de seus projetos de pesquisa.

O anúncio foi feito pelo júri do prêmio, que é coordenado pelo presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis. A cerimônia de entrega do prêmio será em 28 de setembro, no Rio de Janeiro.

As vencedoras são: Ana Luiza Cardoso Pereira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Daniella Bonaventura e Viviane Ribeiro Tomaz da Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais; Josimari Melo de Santana, da Universidade Federal de Sergipe; Mariana Antunes Vieira, da Universidade Federal de Pelotas; Rubiana Mara Mainardes, da Universidade Federal do Centro-Oeste; e Tatiana Barrichello, da Universidade do Extremo Sul Catarinense.

Pereira, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, foi a escolhida na área de Ciências Físicas por seu projeto “Propriedades eletrônicas e efeitos de desordem em mono e em multicamadas de grafeno”. A pesquisadora realizou mestrado e pós-doutorado, com Bolsa da FAPESP, no Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp.

Mainardes foi laureada pelo projeto “Desenvolvimento tecnológico e avaliação da eficácia e toxicidade de sistemas nanoestruturados poliméricos contendo anfoterecina B”. A pesquisadora também realizou doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, com Bolsa da FAPESP.

De acordo com os promotores do evento, desde 2006, a cada ano, sete jovens cientistas são escolhidas pela qualidade e pelo potencial de suas pesquisas desenvolvidas em instituições brasileiras.

No total, 40 cientistas já foram beneficiadas pelo prêmio, que, por meio do auxílio financeiro, podem dar continuidade aos seus projetos e se beneficiar com a visibilidade que o prêmio lhes traz.

Mais informações: http://loreal.abc.org.br

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A REPRESENTATIVIDADE DOS CONSELHOS

Como é de conhecimento público, a Conferência de Saúde quase não foi realizada e corre o risco de ser anulada por não ter seguido todos os trâmites legais.

Durante a Conferência, em vários momentos tentou-se jogar a culpa do não funcionamento dos conselhos à falta de participação da sociedade civil, inclusive alegando que precisavam ser preenchidas quatro vagas. No entanto, até hoje não foi muito bem esclarecida a anulação de uma das eleições. O Secretário de Saúde chegou a questionar a representatividade de algumas instituições que concorreram, sob a alegação de que não estavam legalizadas e queriam fazer uso político.

Tenta-se vender à sociedade a idéia de isenção do poder público, mas qualquer governante para ser eleito precisa pertencer a um partido político. Portanto, defende propostas que não são de todos. No caso de Ubatuba, o partido no poder é o DEM que reparte esse poder entre os coligados, mas cujos postos principais são reservados àqueles que rezam na cartilha do prefeito e, como são cargos de confiança, se não rezarem por essa cartilha podem perder a “boquinha”. Para isso, procuram se legitimar, impedindo os outros partidos de apresentarem propostas, como se isso não fosse legítimo. E o pior, é que tem muita gente que cai nesse canto de sereia. Me engana que eu gosto.

Faz parte do jogo democrático a disputa de propostas pela sociedade e é bom lembrar que se em Ubatuba houvesse dois turnos, talvez o resultado seria diferente. A conseqüência de não ter dois turnos é que o prefeito não foi eleito pela maioria, talvez não mais que 1/3 dos eleitores.

Voltando à questão da representatividade, alega-se que poucas associações estão regulares. Quando assumi a Associação dos Moradores da Pedreira ela também estava irregular e devendo multas ao governo federal. Não tive nenhum apoio da Coordenadoria de Assuntos Comunitários e, mesmo tendo pós graduação tive dificuldades para regularizá-la e tive que recorrer a um escritório de contabilidade e a um advogado. Não havia verba para pagar as despesas porque é um bairro pobre. Nessa época, vi uma lista em que havia cerca de cem instituições da sociedade civil mas poucas estavam legalizadas e aptas a participarem dos conselhos existentes. Como participava da equipe de coordenação do plano diretor da região centro, apontei como sugestão a necessidade da Coordenadoria de Assuntos Comunitários realmente cumprir sua função orientando e auxiliando as associações a se regularizarem para poderem participar das decisões nos conselhos.

Como não era atendido em nenhuma das reivindicações do bairro, várias vezes critiquei a atuação do executivo municipal. Percebi que a Coordenadoria passou a monitorar até quando era meu mandato e quando haveria novas eleições. Por um “acaso”, houve dois candidatos concorrendo comigo e os dois, por coincidência eram funcionários da prefeitura. E o que ganhou, ainda que por pouca diferença, era agente de saúde e tinha acesso a todos os moradores, inclusive em horário de serviço. E por coincidência, depois que se tornou presidente deixou de ser um simples agente de saúde para ocupar outros cargos. E por coincidência, quando a associação estava no “buraco”, com toda a escrituração irregular, foi convidado para participar da chapa comigo e não aceitou. Por que será ? Hoje faz parte de vários conselhos como representante da prefeitura.

Como se sabe os conselhos são paritários – metade pertence à sociedade civil e metade ao executivo. Como as votações são por maioria simples, metade mais um, é só os representantes do executivo votarem em bloco e conquistarem mais um. Como qualquer benfeitoria realizada pelo executivo é vista como um favor, e não como um direito, e como a cidade é carente de quase tudo, fica muito fácil para o executivo conseguir mais um voto e assim impedir que se questionem suas contas e sua atuação. É assim que dá para entender a crise dos conselhos e o afastamento das pessoas mais críticas e que não concordam com tudo o que está acontecendo.

PREFEITURA SÓ PEGA NO TRANCO

Na última quarta feira (20/04) alertei ao CMDCA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – que tanto o governo federal quanto o governo estadual já haviam publicado a convocação para a Conferência da Juventude e que dia 01/08 era o prazo final para a Prefeitura fazer a convocação. Expliquei a importância dessa convocação porque suas deliberações servirão para a elaboração do Plano Nacional da Juventude, que orientarão as políticas públicas de atendimento aos cidadãos entre 15 e 29 anos, ou seja, para quase 20% da população.

Como a proposta era desconhecida de todos os presentes, passei ao Dr. Marcelo Mourão que se encontrava presente, uma cópia do regimento nacional, o qual deve ser adequado à situação municipal.
Essas informações e o texto do regimento também foram encaminhados por mim a muitas pessoas há quase um mês.

Sexta feira recebi um telefonema da Presidente da FUNDAC marcando uma reunião para quinta feira. Fiquei bastante satisfeito porque considero necessário e urgente que a própria juventude discuta sua situação e aponte propostas para superação de seus problemas. No entanto, nesta quarta, 27/07, a Presidente da FUNDAC me comunica que a reunião de quinta foi adiada, sem data certa para acontecer.

Em 26/07, leio no Imprensa Livre a seguinte manchete : “Prefeitura discute implantação do projeto “Juventude Saudável” e no interior do texto a seguinte afirmação: “ “O poder público está unido no sentido de oferecer ainda mais suporte para que nossos jovens tenham, por exemplo, melhores opções de entretenimento para permanecerem longe do mundo das drogas e da violência. Desde o início da nossa administração, o prefeito Eduardo Cesar tem demonstrado bastante empenho e preocupação no sentido de oferecer melhor qualidade de vida à juventude ubatubense”.

Tenho que discordar dessa afirmação pois se ela fosse verdadeira não permitiria a desativação do Conselho Sobre Drogas a quem cabe a instituição do Programa Municipal Antidrogas (PROMAD), acompanhamento das ações de fiscalização e repressão executadas pelo Estado e pela União e estimular o encaminhamento e o tratamento de usuários de substâncias causadoras de dependência física ou psíquica.

Também temos ouvido muitas reclamações de que os atletas de Ubatuba muitas vezes não podem participar de campeonatos fora da cidade por falta de apoio da Prefeitura. Aqui, na Pedreira, foi aterrado uma área para servir de campo de futebol e foi prometido uma tela para cercar a quadra. Ainda bem que na praça tem uns bancos para o pessoal esperar o cumprimento da promessa.

A rapidez na resposta parece muito mais uma tentativa de emplacar o provável candidato a sucessor pois em todas as matérias sempre há menção do nome do seu nome e fotos, como aconteceu na abertura da Conferência da Saúde. Graças a isso, os cidadãos de Ubatuba vão ter acesso a todas as conferências, atitude muito diferente do ano passado em que o município não convocou nenhuma pois ainda estava muito longe das eleições.

Imprensa não pode ver condições dos presídios paulistas

Por Pedro Canário

A imprensa vai continuar fora das prisões paulistas por um bom tempo. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP-SP) do estado reafirmou nesta quarta-feira (27/7) que não vai permitir que jornalistas acompanhem os mutirões carcerários do CNJ nas inspeções a penitenciárias.

Os mutirões, que percorrem todos os estados do Brasil, analisam a situação dos condenados à prisão do país. Veem, por exemplo, se eles estão detidos no regime certo, ou se estão cumprindo pena dentro do que foi estabelecido na execução.Parte do mutirão é visitar presídios e analisar suas condições, registrar queixas de servidores, agentes penitenciários e,principalmente, dos presos.

Em visita à etapa paulista do mutirão, cuja sede é o Fórum Criminal Central da Barra Funda, o secretário de Administração Penitenciária de São Paulo, Lourival Gomes, disse que “não deixa e nem vou deixar” a imprensa entrar em presídios no estado. Não quis abrir seus motivos, afirmou apenas que era “por uma questão de sensibilidade”.

O coordenador nacional do mutirão carcerário, o juiz Luciano Losekann, também não entende exatamente quais são as razões do governo estadual. Ele aproveitou a visita do secretário para pedir, mais uma vez, que os jornalistas possam acompanhar o CNJ nas visitas às prisões. Sem sucesso. Segundo Losekann, o secretário Gomes reclamou que a imprensa é “pouco compreensiva” com as razões do governo estadual e suas políticas. “Mas sou da opinião de que quem não deve, não teme”, provoca o juiz, ao contar que nenhum outro estado adotou tal medida.

Esmar Filho, um dos juízes convocados pelo CNJ para visitar os presídios, concorda com Losekann. Filho acha a posição da SAP “inadmissível”. Em suas posições, é claro: “não se cabe esconder o que é da administração do Estado. A coisa pública não é caixa preta”. De qualquer foma, à assessoria de imprensa do CNJ, não há restrições de entrada em presídios.

Pedro Canário é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 27 de julho de 2011

Brasil ganha ouro na Olimpíada Internacional de Física

28/07/2011

Por Mônica Pileggi

Agência FAPESP – Na 42ª edição da Olimpíada Internacional de Física (IPhO), o Brasil ganhou sua primeira medalha de ouro. É o primeiro ouro de um país ibero-americano na competição, que desta vez ocorreu em Bangcoc, na Tailândia, de 10 a 18 de julho.

Gustavo Haddad Braga, aluno do Colégio Objetivo de São Paulo, foi responsável pelo feito inédito. Ivan Tadeu (também do Colégio Objetivo de São Paulo), Lucas Hernandes (Colégio Etapa de São Paulo) e os cearenses José Guilherme Alves (Colégio Ari de Sá) e Ricardo Duarte Lima (Colégio Farias Brito) ficaram com o bronze.

A Olimpíada Internacional de Física é uma competição anual voltada a estudantes de todo o mundo que estejam cursando o equivalente ao ensino médio brasileiro. Os brasileiros concorreram com 394 alunos de 84 nacionalidades.

“Apenas 8% dos alunos do torneio recebem a medalha de ouro. Isso significa que o Gustavo faz parte de um grupo seleto, onde estão os melhores alunos do mundo na área da física, para o mesmo nível que o dele”, disse Euclydes Marega Júnior, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Física (OBF), à Agência FAPESP.

A seleção para participar da IPhO, da qual o Brasil participa desde 2000, ocorre por meio da OBF. Organizada pela Sociedade Brasileira de Física, a olimpíada nacional tem como objetivos estimular o interesse pela disciplina, aproximar o ensino médio das universidades e descobrir novos talentos para representar o país em torneios ao redor do mundo.

“Na OBF participam cerca de 600 mil jovens. Desse total, selecionamos cinco para representar o Brasil na IPhO. O processo de preparação para a competição internacional leva dois anos e meio”, explicou Marega.

Além da IPhO, os brasileiros são preparados para concorrer à Olimpíada Ibero-Americana de Física. Segundo a SBF, nas duas competições, nenhum país da América Latina conquistou tantas medalhas quanto o Brasil.

A olimpíada internacional consiste em duas provas, sendo uma delas de conteúdo experimental. Marega salienta a dificuldade dos estudantes brasileiros de executar na prática o que aprendem nas salas de aula. “A física é uma ciência da natureza. Em nosso sistema de ensino, o aluno aprende apenas a teoria, sem a experimentação. Isso ocorre também em disciplinas como a química e a biologia”, pontuou.

Embora o desempenho do Brasil na 42ª IPhO tenha sido de destaque, Marega ressalta a carência de talentos e a necessidade de melhorias no sistema educacional do país.

“Uma competição como essa pode servir como estímulo aos professores para que se dediquem mais ao preparo dos estudantes”, disse.

Mais informações: www.sbfisica.org.br

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Pesquisa em frigoríficos comprova: o capitalismo mata.

Artigo de Vito Giannotti no Brasil de Fato

[Publicado em 21.07.2011 - Por Vito Giannoti - Brasil de Fato]

A base do sistema capitalista é uma só: a exploração máxima dos trabalhadores e da natureza visando unicamente o lucro, ou seja a multiplicação do capital nas mãos dos donos das empresas. O resto é conversa mole. Se o capital puder dispensar milhares de trabalhadores e deixá-los na sarjeta, não há problema nenhum. Uma empresa capitalista não é uma entidade filantrópica. Não tem nenhumíssimo objetivo social, humano, humanitário. Se puder acelerar o ritmo de trabalho até o extremo ela vai fazer. Quem morrer que morra. Há sempre milhões à espera de uma vaga.

Enquanto isso, iludidos ou enganadores falam de “responsabilidade social” das empresas. Outros fazem poesia com a tal “responsabilidade ambiental”. Balelas. Para qualquer empreendimento capitalista não entra na contabilidade a saúde, a vida dos trabalhadores dentro ou fora da empresa.

A pesquisa da Confederação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação (CNTA), junto com a UFRGS vem comprovar isso. Você sabia que em frigoríficos de cortar frangos, os trabalhadores têm que fazer até 90 cortes por minuto? Você acredita nisso? É possível isso? Sim, possível e real. É daí para pior.

Vamos ver alguns tópicos da pesquisa da CNTA divulgada no Jornal NOSSA LUTA de Maio/2011, do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Pelotas.

Vida útil de cino anos

A "vida útil" dos escravos que viviam na época de Zumbi dos Palmares (1655-1695) e trabalhavam nas lavouras de cana era de 20 anos. Hoje, os trabalhadores dos frigoríficos do Rio Grande do Sul têm uma "vida útil" em média é de apenas cinco anos. Em cinco anos estão destruídos, acabados.


O estudo da CNTA feito no ano passado e publicado agora mostra que 77,5% dos trabalhadores da indústria da carne sofrem de alguma doença relacionada ao trabalho. 96% precisam tomar medicação para suportar a dor.

Mais: 99,5% dos 640 trabalhadores entrevistados dos frigoríficos de Capão do Leão, Bagé, São Gabriel e Alegrete são empregados de um mesmo grupo: o Marfrig.

Dor por todos os lados
O grupo Marfrig se orgulha de ter 151 unidades espalhadas por 22 países.



É grande, sim é verdade, mas tão preocupado com a saúde e o bem estar de seus empregados, quanto os donos de escravos de séculos atrás. Prova disso é que 78% dos seus trabalhadores admitem sofrer dores constantes no corpo, principalmente nos ombros, braços, costas, pescoços e pulsos, causadas pelo esforço repetido feito por horas e horas, sem qualquer interrupção e em condições insalubres de frio externo e umidade intensa.



Os principais efeitos disso se revelam fora do ambiente de trabalho, quando as mãos ficam dormentes, os braços tremem e a dor aparece ao se fazer coisas simples como abotoar a camisa ou escovar os dentes. A pesquisa revelou que ao final de um dia de trabalho 43,9% sentem um "cansaço insuportável" que afeta o sono, causa depressão e prejudica a convivência familiar.



Sintomas apresentados pela pesquisa
Eis alguns dos sintomas que os trabalhadores apresentam:
. 24,3% têm dificuldade para abrir portas
. 30,4% têm dificuldade de escovar os dentes ou pentear o cabelo
. 35% deixam cair copos ou outros objetos
. 61,1% sentem as mãos dormentes sem motivo
. 32,5% têm dificuldade para abotoar roupas

. 61,8% têm dificuldade para dormir
. 51,4 % sentem tremedeiras em braços e pernas.

Núcleo Piratininga de Comunicação

Inspirados na natureza

"A maioria das novas entidades moleculares existentes hoje é derivada ou inspirada completamente em produtos naturais. Os ambientes terrestre e marinho continuam sendo fontes inesgotáveis de estruturas químicas”, disse.

Para referendar essa constatação, de acordo com um recente levantamento internacional, dos 847 fármacos de baixo peso molecular (micromoléculas) lançados no mercado entre 1981 e 2006, 43 eram produtos naturais, 232 produzidos por hemissíntese (parte de sua estrutura é derivada da natureza e a outra parte desenvolvida em laboratório) a partir de produtos naturais e 572 obtidos por síntese total, dos quais 262 eram inspirados em produtos naturais ou poderiam ser considerados análogos de produtos naturais.

Um deles é a nitisinona – um composto ativo descoberto por farmacêuticos suíços da planta Callistemon citrinus L. Myrtaceae, que está sendo usado para o tratamento de um raro distúrbio metabólico chamado tirosinemia hereditária tipo 1.

Lançado no mercado em 2002 sob a marca Orfadin, o medicamento também é bastante exemplar de como o Brasil perde oportunidade de explorar sua rica biodiversidade para o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, cosméticos e agroquímicos, apontou Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química da UNESP de Araraquara.

Fonte: http://agencia.fapesp.br/14217

terça-feira, 19 de julho de 2011

A Juventude acampa por dias melhores

Opinião / Movimentos | 09:4219/07/2011
Em Icapuí, a Juventude acampa por dias melhores


O último dia 13 de julho marcou o aniversário de um ano da promulgação da Emenda Constitucional nº 65. Mais conhecida como PEC da Juventude, o texto inseriu o termo jovem no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal. Isso significou assegurar ao segmento, na Carta Magna, direitos garantidos anteriormente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.

Fruto de uma ampla mobilização que envolveu todas as instâncias de poder, entidades e instituições ligadas à juventude, a PEC foi, até agora, a mais importante conquista do segmento entre 15 e 29 anos no país. Mais precisamente, uma etapa fundamental para que os jovens possam ser parte constituinte da agenda de políticas públicas no Brasil.

Antes, o primeiro passo de uma política de Estado voltada para os jovens foi dado pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, ele instituiu um grupo interministerial da juventude, que culminou, em fevereiro do ano seguinte, com a instituição da Política Nacional de Juventude, por meio da Medida Provisória 238 já aprovada pelo Congresso Nacional e transformada em lei. Mesmo ato em que foram criados o Conselho Nacional de Juventude, a Secretaria Nacional de Juventude e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem).

Em quantidade, os jovens nunca foram tantos na história do nosso país. E os desafios, também. São 50 milhões de habitantes entre 15 e 29 anos (26% do total de 190 milhões de brasileiros), dos quais 34 milhões têm entre 15 e 24 anos. É nesta faixa etária onde estão os piores índices de desemprego (três vezes maior que os adultos), de evasão escolar, de falta de formação profissional, mortes por homicídio, envolvimento com drogas e com a criminalidade.

Dos 50 milhões de jovens, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada em 2010, 31% são pobres, e apenas 48% da faixa 15 a 17 anos frequentam o ensino médio. Entre os jovens de 18 a 24 anos, somente 13% estão cursando o ensino superior. A pesquisa constatou também que a maior causa do abandono da escola entre os jovens homens é a necessidade de trabalhar e entre as mulheres é a gravidez precoce.

O Ipea apontou ainda que o jovem encontra dificuldade para se inserir no mercado de trabalho. Quando consegue, são postos de pior qualidade, informais e com baixos salários. 50% dos jovens de 18 a 24 anos trabalham sem carteira assinada e a taxa de desemprego é de 17%.

No campo da criminalidade, a violência cotidiana cometida por jovens contra outros jovens, tem origem na disseminação da criminalidade e do porte de armas, na cultura à violência e nas desigualdades. Os homicídios lideram a causa da morte entre jovens, com 38%, seguido dos acidentes de trânsito, com 27%.

Por esses e outros dados, não é novidade dizer que o jovem merece atenção. E ação. Embora existam, as políticas públicas têm muito a avançar para atenderem os jovens nas suas mais diferentes perspectivas, sejam elas educacionais, de saúde, lazer, cultura, emprego ou entretenimento. É preciso que ele seja enxergado numa dimensão mais ampla. Nesse sentido, a juventude também deve usufruir de espaços para debate e construção de idéias a respeito da sua própria condição.

E um desses espaços está no Ceará. Mais precisamente na praia de Tremembé, município de Icapuí, a 200 quilômetros da capital Fortaleza. Inserido num calendário de eventos que a cada dia aprofundam discussões sobre o jovem, como o Fórum Social Mundial, o Festival da juventude de Fortaleza e a Conferência de Juventude, o Acampamento Latinoamericano da Juventude de Icapuí chega este ano – de 29 a 31 de julho – à sua 9ª edição, com a agenda de formular idéias e entreter os jovens de todo o Brasil através da arte, do esporte e da música.

Realizado pela primeira vez quando exercemos o cargo de prefeito de Icapuí, durante os anos 1990 até 2004, o Acampamento da Juventude se consolidou como evento de grande público em suas oito edições já realizadas. Este ano, com o slogan “O sol está nos olhos de quem brilha”, O Acampamento continua com o foco no protagonismo juvenil. Além disso, temas voltados para a valorização da mulher, afrodescendência e sustentabilidade marcam os debates.

Várias gerações Latino Americanas terão a oportunidade de discutir e refletir sobre a condição de ser jovem nos dias atuais, através das atividades desenvolvidas durante os três dias de evento. Oficinas, palestras, esportes, artes, vivências, com destaque para o “Abraço ao Mar” e shows musicais compõem a programação.

Grandes artistas da música brasileira já passaram pelo palco do acampamento, como Belchior (1997); Geraldo Azevedo (1998); Chico César (2000); Zé Ramalho (2002); Alceu Valença (2003); Nando Reis, Tribo de Jah e O Rappa (2009). Este ano, entre as atrações confirmadas estão a banda Cidade Negra, a cantora Preta Gil e o cantor de reggae jamaicano Andrew Tosh.

Os temas deste ano contemplam os cinco anos da Lei Maria da Penha, que faz referência as lutas das mulheres tendo como exemplo a guerreira do cangaço Maria Bonita e comemora o centenário do dia internacional da mulher; o ano internacional para afrodescendentes, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Este tema reflete sobre a questão étnica na atualidade, sustentabilidade e novas formas de desenvolvimento do meio ambiente também serão abordados no acampamento; além do protagonismo juvenil e a diversidade, que foca na discussão das políticas públicas para estes segmentos da sociedade.

O Acampamento Latinoamericano da Juventude é um evento que pensa o jovem na sua dimensão integral, como cidadão sujeito de direitos, ser humano que trabalha, estuda, se diverte, participa, e emite opinião. Todas as juventudes estão convidadas a participar. Mais informações no www.acampamentoicapui.com.br

Dedé Teixeira é deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

A falta dos grandes predadores

A falta dos grandes predadores
19/07/2011

Agência FAPESP – O acentuado declínio nas populações dos grandes predadores não é apenas uma notícia triste para quem admira animais como leões, tigres, lobos e tubarões. De acordo com estudo publicado na revista Science, a perda de espécies no topo da cadeia alimentar pode representar um dos maiores impactos da ação humana nos ecossistemas terrestres.

Segundo James Estes, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária da Universidade da Califórnia, e colegas, a diminuição é muito maior do que se estimava e afeta muitos outros processos ecológicos em um efeito que os cientistas chamam de cascata trófica, no qual a perda no topo da cadeia alimentar impacta enormemente muitas outras espécies de animais e de plantas.

Os autores do estudo afirmam que o resultado desse declínio é tão intenso que tem afetado os mais variados aspectos do ecossistema global, como o clima, a perda de hábitats, poluição, sequestro de carbono, espécies invasoras e até mesmo a propagação de doenças.

O estudo aponta que a perda desses grandes animais é a força motriz por trás da sexta extinção em massa na história do planeta. “Temos agora evidências extensivas de que os grandes predadores são altamente importantes na função da natureza, dos oceanos mais profundos às montanhas mais altas, dos trópicos ao Ártico”, disse William Ripple, da Universidade Estadual do Oregon, autor do estudo.

“De modo geral, o colapso dos ecossistemas atingiu um ponto em que isso não afeta apenas animais como lobos, o desflorestamento, o solo e a água. Esses predadores, em última análise, protegem os homens. Isso não é apenas algo sobre eles, mas sobre nós”, disse.

Entre os dados expostos no artigo está o efeito do declínio de lobos no Parque Nacional Yellowstone, nos Estados Unidos. Quando esses animais foram sendo removidos, a população de alces se alterou imediatamente. Mas também mudou o comportamento desse cervídeo, que passou a se alimentar de plantas em locais em que antes não ia porque podia ser atacado por um lobo.

Sem os lobos, pequenas árvores da família Salicaceae e gramíneas passaram a crescer menos, o que resultou na queda de alimentos para os castores, com resultante diminuição na população desses últimos. O resultado foi a cascata trófica. Com a reintrodução de lobos no parque, passou a ocorrer a recuperação do ecossistema, com as plantas voltando a crescer mais, assim como as populações de outros animais.

Outro destaque do estudo é a redução na população de grandes felinos no Utah, que levou ao aumento na população de cervídeos, à perda na vegetação, à alteração no fluxo de canais de água e ao declínio da biodiversidade.

Por muito tempo os grandes predadores foram vistos no topo da pirâmide trófica e sem terem grande influência nas espécies e na estrutura abaixo. Isso, segundo os autores do estudo, é uma compreensão fundamentalmente equivocada da ecologia.

Participaram do estudo pesquisadores de 22 instituições de seis países.

O artigo Trophic Downgrading of Planet Earth (doi:10.1126/science.1205106), de James Estes e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

domingo, 17 de julho de 2011

GOVERNO DO ESTADO NÃO CUMPRE A SUA PARTE NO SUS

A 14ª Conferência Nacional de Saúde teve seu regimento interno aprovado em l7/02 e o regimento estadual em 13/05 estabelecendo como prazo para a etapa municipal o período de 01/04 a 15/07, portanto, apesar de divulgada com bastante antecedência, a Conferência Municipal foi realizada no último dia do prazo e a toque de caixa.

Comenta-se que não havia intenção de realizar essa etapa e somente aconteceu porque está estabelecida em lei e o município poderia sofrer sanções.

Tendo como tema central: “TODOS USAM O SUS! SUS NA SEGURIDADE SOCIAL, POLÍTICA PÚBLICA, PATRIMÔNIO DO POVO BRASILEIRO”, tem os seguintes eixos:

ACESSO E ACOLHIMENTO COM QUALIDADE – UM DESAFIO PARA O SUS:
- Política de saúde na seguridade social, segundo os princípios da integralidade, universalidade e equidade,
- Participação da comunidade e controle social,
- Gestão do SUS (Financiamento; Pacto pela Saúde e Relação Público x Privado; Gestão do Sistema, do Trabalho e da Educação em Saúde).

Segundo a palestrante, Dra Rosa Maria Barros dos Santos, médica sanitarista, mestre em saúde pública pela USP, o SUS precisa ser valorizado e reconhecido como uma grande conquista do povo brasileiro, conseguido através de muitas lutas, enfrentando inclusive a ditadura militar. Apesar das dificuldades e carências, hoje é considerado o maior programa de saúde e referência mundial.

Na abertura da pré-conferência do centro, o Sr. Secretário de Saúde tentou esvaziar os questionamentos referentes ao nível municipal alegando que essa discussão já havia sido feita nas conferências anteriores e que agora seria a discussão ao nível conceitual no que se refere aos níveis estadual e federal. No entanto, o regimento estadual determina que “ O Município ao realizar a sua Conferência deverá discutir e formular propostas para as questões locais”. Apesar de não ser divulgada, essa orientação se traduziu no teor das propostas formuladas pela população e que visam a superar os principais problemas de atendimento do SUS.

Durante as atividades das pré-conferências e da conferência, em várias situações, os funcionários que coordenavam os trabalhos tentaram “livrar a barra” da Prefeitura colocando a responsabilidade nas outras esferas do governo e até nos usuários alegando que os conselhos não funcionam devido à falta de participação da comunidade. No entanto, a comunidade estava presente e teve que enfrentar a fila debaixo de um sol inclemente e muitos tiveram que participar de pé devido a falta de cadeiras, o que revela a falta de organização que marcou essa conferência.

Como se sabe, o COMUS vive uma crise depois da anulação de uma eleição por parte da Prefeitura e que não foi devidamente explicada. Logo em seguida aconteceu uma outra eleição em plena Quarta Feira de Cinzas, e que houve entidades que não participaram porque não receberam comunicação ou porque não estavam legalizadas. Apesar de haver uma Coordenação de Assuntos Comunitários, não existe um trabalho de apoio às associações para vencer os trâmites burocráticos necessários à legalização.

Recentemente a crise se agravou com o pedido de demissão da presidente. E o COMUS é peça chave tanto para a realização das Conferências como para o mecanismo de controle social permanente do SUS.

Procurou-se questionar a legitimidade dos conselhos escamoteando que são paritários e que a metade dos representantes são funcionários da prefeitura. A omissão da Prefeitura é tão grave que até os conselhos distritais, previstos na lei do plano diretor, e que estimulariam a representação de todas as regiões até hoje não saiu do papel. Num município em que o problema de drogas aumenta a cada dia e que apareceu várias vezes sob a forma de propostas de criação de casas para dependentes químicos e de parcerias com os órgãos de repressão ao tráfico, o Conselho Sobre Drogas está completamente desativado.

Como fruto das discussões foi aprovada por unanimidade uma moção solicitando ao Prefeito a imediata rearticulação e ativação de todos os conselhos.

Ao se analisar a participação no SUS das várias esferas de governo, o Secretário destacou a omissão do governo estadual por não fornecer os remédios que são de sua responsabilidade.

sábado, 16 de julho de 2011

VII CONFERÊNCIA DE UBATUBA PODE SER INVALIDADA

Amigas e amigos:


Como vários de vocês devem estar sabendo, acontece hoje a VII conferência Municipal de Saúde de Ubatuba.


Não estarei presente.


Pedi ontem, ao prefeito Eduardo César e cientifiquei o Ministério Público, conforme os dois anexos, que se referem às páginas 1 e 2 do meu ofício a ambos.Vou enviar cópias a todos os órgãos que cito no final do ofício.

Torno pública, responsavelmente, essa questão:

- Fui avisado da realização da conferência na sexta-feira,dia 08 de Julho. A informação que tínhamos era de que não haveria conferência.

- No final de semana, saíram as datas de pré-conferências e a programação da conferência. A programação reserve muito pouco tempo para debate, que é o que importa numa conferência, qualquer que seja seu tema.

- Na segunda-feira, na pré-conferência do centro, percebi a falta de um regimento a seguir, a falta de critérios para escolha de delegados, e um discurso do secretário apontando que iríamos discutir apenas problemas nacionais. Ao final, fui me informar sobre o decreto para poder verificar o que estava previsto. Fui informado que não havia decreto nenhum publicado, e que ainda seria publicado.

- Na terça, 12 de Julho, três dias antes da conferência, saiu publicado o decreto de organização da conferência, sem o regimento interno, que é o guia para fazer a conferência de maneira equilibrada.

- Ao me informar novamente, fiquei sabendo que não há decreto municipal, do Prefeito convocando a conferência. Iniciei aí, consultas a outras prefeituras, a outros contatos ligados á saúde pública e a opinião de todos é que sem o decreto do prefeito convocando a conferência, e sem o regimento publicado, são nulas na origem, todas as decisões tomadas.

Em vista dessa situação, na quinta-feira, ontem, protocolei na prefeitura e no ministério público um alerta a esse respeito, solicitando que haja um adiamento da conferência, para que sejam cumpridas todas as etapas necessárias para a realização correta desse importante evento.

A atual administração fez uma grande e correta conferência em 2006, com três dias de duração, realização de 12 pré-conferências, mais de 2000 pessoas participantes durante todo o processo e portanto, não pode argumentar, agora, que não sabe como fazer.

É desrespeito com os cidadãos e com o município, realizar esse importante evento de maneira irregular.

Abaixo, o texto de e-mails que enviei para consultar outras pessoas a respeito, com os links para noticias sobre outras conferências.



Bom dia,



Mauricio Moromizato




Caros amigos


Venho por meio deste, trazer informações e pedir orientações sobre como agir a respeito da realização da conferência municipal de saúde de Ubatuba.

A conferência está programada para acontecer no próximo dia 15 de julho, sexta-feira.

Teve divulgação iniciada na sexta-feira, próxima passada, por intermédio de agentes comunitários distribuindo pequenas filipetas que serviram de convite.

Será precedida de pré-conferências a serem realizadas entre os dias 11 e 13 de Julho de 2011, nas diversas regiões do município, conforme mídia local.

A referida conferência é parte da conferência Nacional de saúde. Elege delegados representantes de usuários, trabalhadores em saúde e prestadores de serviços, paritariamente na proporção de 50% de representatnes de usuários, 15% de trabalhadores e 15% de prestadores e gestores.

Para ter critério justo, é necessário determinar a escolha dos delegados, como serão feitos os cálculos para sua escolha na etapa municipal, que é realizada apenas com delegados eleitos.

Por ser evento previsto em lei, com etapas municipal, estadual e nacional, precisa de decreto de convocação, critérios, regimento interno, etc....

Na conferência de 2011, a data-limite para a realização das etapas municipais é quinze de julho. O decreto deve ser publicado pelo menos um mês antes, e até dois meses antes, se forem realizadas pré-conferências.

Não há qualquer obediência a critérios mínimos de isenção por parte da administração municipal, na convocação da etapa municipal. O Conselho Municipal de Saúde, até recentemente desestruturado, foi chamado á recomposição, sem qualquer notícia sobre estar ou não regular. E o Conselho Municipal de Saúde é um dos realizadores da conferência municipal, que tem que ser discutida e aprovada pelo mesmo.

As notícias que temos são de que isso não ocorreu.

Basta pesquisar no site da prefeitura ou link da secretaria de saúde para verificar que não há qualquer notícia sobre a conferência municipal de saúde de 2011, cópia ou menção a decreto de convocação, de nomeação da comissão organizadora, regimento interno, etc....

http://www.ubatuba.sp.gov.br/
http://www.ubatuba.sp.gov.br/secret/secret.php?id=13

Em comparação apenas regional, os links abaixo mostram como ocorreram as referidas conferências municipais nas demais cidades do litoral norte.

Observar que Caraguá não só realizou a convocação com muita antecedência, como publicou critérios para escolhas de delegados, nomeou comissão, etc..., conforme link abaixo.

http://www.caraguatatuba.sp.gov.br/upload/updown/1_regimento6a.conferenciamunicipaldesaude-27abr2011final.pdf

nesse outro link, a publicação do decreto com o regimento interno da conferência municipal de saúde de 2011, em Caraguatatuba. (págl 20 e 21)

http://www.caraguatatuba.sp.gov.br/upload/upedital/1_edital-920.pdf

também Ilhabela, conforme link abaixo, realizou sua conferência municipal,

http://www.tvancoradouro.com.br/diario/ver_noticia.php?id_noticia=5813&data=2011-07-08

bem como São Sebastião, cujo decreto está no link abaixo e faz menção também ao regimento interno, elaborado e aprovado pelo conselho municipal de saúde.

http://www.saosebastiao.sp.gov.br/finaltemp/legis/decretos/04115115.pdf

Em Ubatuba, ao procurar nos Jornais, não encontrei o decreto de convocação. O Conselho Municipal de Saúde estava (ou ainda está), com sua composição incompleta, sem presidente e necessitando de readequação.

A Conferência Municipal de Saúde é a maior AUTORIDADE na saúde municipal, constitucionalmente falando, e portanto, sua realização sem obedecer critérios claros sobre paridade entre usuários, trabalhadores, prestadores de serviço e gestores; sem convocação com antecedência de ao menos um mês, e por decreto municipal; com ausência de comissão organizadora previamente conhecida; pouco tempo de realização (um dia, em meio expediente, no período da tarde, que dificulta participação de usuários que trabalham, por exemplo); sem regimento interno previamente discutido e aprovado pelo COMUS; constitui um risco enorme para que decisões sejam tomadas sob premissas falsas ou com ocorrências de omissões por falta de participação popular.

Conforme o regimento da conferência nacional de saúde ( http://conselho.saude.gov.br/web_14cns/docs/Regimento_14CNS.pdf), a não realização da etapa municipal ou estadual não impedirá a realização da etapa nacional.

As propostas a serem levadas á etapa nacional somente serão as de âmbito nacional.

E como (segundo seu artigo 3º, parágrafo 3º) as deliberações de âmbito municipal servirão de base para ações locais, vejo como perigoso para o bem público e passível de manipulações para fins escusos (como aprovação da desafetação do saco da ribeira como vontade da população, sem os esclarecimentos necessários, devolução da administração da santa casa à provedoria sem a devida transparência, etc..) a realização da etapa municipal da maneira como está sendo proposta.

Ciente da importância do tema e das condições precárias que enfrentamos na saúde municipal, repasso-lhe as informações pedindo orientação sobre quais atitudes legais seriam indicadas nesse caso. Fui presidente do Conselho Municipal de Saúde de Ubatuba (2005-2007), tendo tido a oportunidade de presidir as conferências municipais de saúde de 2005 e 2007) e portanto, conheço a maneira de se fazer corretamente esse evento.

A mim, portanto, parece que em virtude de prazos regimentais, da importância do tema e demais questões, deveria se pensar em CANCELAR a etapa municipal que está programada para essa semana, perdendo com isso a oportunidade de enviar sugestões nacionais e estaduais sobre a saúde, mas se OBRIGANDO o conselho municipal de saúde e secretaria municipal de saúde a convocar de maneira correta uma conferência municipal de saúde que proporcione condições de discutir de maneira efetiva o que precisamos para o município.



Antecipadamente grato pela atenção,

Atenciosamente,


Maurício Moromizato -
cirurgião-dentista, ex-presidente do conselho municipal de saúde.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Indígena bate Eike em ranking de empresários mais criativos

Indígena bate Eike em ranking de empresários mais criativos
11 de julho de 2011 • 09h21 • atualizado 09h34

FÁBIO BONILLO
Direto de São Paulo

A revista online Fast Company incluiu em sua lista dos 100 empresários mais criativos de 2011 o chefe Almir Narayamoga, da terra indígena Sete de Setembro, localizada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, que pertence ao povo paiter. Almir aparece na 53ª posição, à frente de Eike Batista (58ª posição), oitavo homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes. Almir foi incluído no ranking, segundo a publicação, por ter implantado com o Google um sistema de monitoramento móvel do território indígena. Foram mapeados em três dimensões na ferramenta Google Earth, através de smartphones, os locais de caça, pesca e culto, árvores e locais sagrados e toda a área verde da terra indígena, na tentativa de conter e denunciar o desmatamento ilegal. O objetivo, conta Almir, é preservar a mata para poder entrar no mercado de crédito de carbono.
No mercado de carbono, cada t de CO2 que uma entidade deixa de emitir na atmosfera dá direito a um crédito em dólares, que pode ser negociado com outras empresas ou na bolsa de valores. Evitando o desmatamento e promovendo o reflorestamento contínuo, os paiter tentam garantir um estoque de carbono para venda, já que as árvores absorvem gases de efeito estufa e "economizam" em emissão de CO2. O chefe indígena diz que é mais um líder do seu povo do que um empreendedor. "Também tenho que pensar no futuro do povo paiter, e isso exige planejamento de todo um território, preservação da cultura, educação, saúde, alternativas econômicas, proteção ambiental, estudos e pesquisas para o desenvolvimento", afirma Almir.
Ele contou a história de seu povo ao Google durante uma visita a São Francisco, onde está o escritório do site. "Perguntei como eles poderiam nos ajudar nesta proteção. Assim, marcamos uma entrevista de meia hora, acabei ficando quase três, e logo depois iniciamos a parceria", diz. A equipe do Google foi, então, a Cacoal, em Rondônia, para dar o curso de Novas Ferramentas aos índios.
Sobre a 53ª posição no ranking, à frente do empresário Eike Batista (58º), Almir disse ter ficado surpreso. "Até porque ele é muito rico e conhecido, eu sou apenas um indígena que luta pela proteção da floresta e pelo equilíbrio climático. Dá pra ver que o mundo está mudando e diminuindo o preconceito", diz.
O 1º lugar da lista da Fast Company coube ao jornalista Wadah Khanfar, da rede de notícias Al Jazeera, que cobriu a derrubada do ditador Hosni Mubarak do poder no Egito. Eike Batista é citado pelos investimentos que pretende fazer no Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. A lista ainda conta com outro brasileiro, o publicitário Nizan Guanaes, que quer elevar seu Grupo ABC do atual 20º lugar para o 9º no ranking de maiores agências do mundo antes de 2016.

Fonte: Terra

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo – 2010, da FAPESP

Especiais
Avanços e desafios
08/07/2011

Por Fabrício Marques

Revista Pesquisa FAPESP – O panorama da ciência, da tecnologia e da inovação no Estado de São Paulo sofreu transformações nos anos recentes, com a ampliação, por exemplo, do esforço das empresas em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Em 2008 o setor privado paulista empregava 53% dos pesquisadores em atividade no estado, ante 45% em 1995.

A contribuição de São Paulo para a produção mundial de ciência também avançou, passando de 0,82% em 2002 para 0,94% em 2006, resultado de um crescimento de 41,4% do número de artigos científicos publicados em revistas indexadas no período. A taxa de analfabetismo caiu de 6,6% para 5% no estado entre 1998 e 2006, embora os índices que medem a qualidade do ensino básico tenham evoluído pouco.

Nas universidades nunca houve tantas vagas oferecidas, sobretudo no setor privado, onde faltam candidatos para preenchê-las. O resultado é um elevado aproveitamento de egressos do ensino médio pelas universidades, maior que o de muitas nações desenvolvidas: de 81% em São Paulo e de 71% no Brasil, além de uma inesperada taxa de concluintes do ensino superior que, no Brasil, é maior que a de países como Argentina, México e Chile, e, em São Paulo, é maior que a da Espanha.

Tais índices são alguns dos destaques da nova edição dos Indicadores de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo – 2010, que a FAPESP lança no próximo mês, uma radiografia detalhada do avanço de P&D no estado de São Paulo nos últimos anos.

Composta por 12 capítulos, a obra tem quase 900 páginas. É a terceira vez que a FAPESP lança os Indicadores, um programa que responde a um dos objetivos da Fundação que é o de “promover periodicamente estudos sobre o estado geral da pesquisa em São Paulo e no Brasil, identificando os campos que devam receber prioridade de fomento”, como está descrito nos seus estatutos.

“É nesse contexto que se insere a publicação destes Indicadores, que se constituem instrumento de grande valia para formular e avaliar as políticas públicas relativas à ciência e à pesquisa tecnológica”, escreveu o presidente da FAPESP, Celso Lafer, na apresentação da obra.

“Uma equipe de 69 especialistas, entre coordenadores, pesquisadores e auxiliares de pesquisa, fez um trabalho excepcional, levantando e qualificando cuidadosamente os dados usados a partir de fontes frequentemente heterogêneas, e realizando um trabalho analítico detalhado e preciso”, diz o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz. “Cada capítulo foi lido e criticado pelos 36 assessores técnicos e debatido em sucessivas versões com a equipe de coordenação executiva, liderada pelo professor Wilson Suzigan”, completa.

Cálculos feitos pelos pesquisadores mostram, no capítulo 3, que o dispêndio total em P&D em São Paulo atingiu, em 2008, R$ 15,5 bilhões, o equivalente a 1,52% do PIB estadual. Esse percentual é superior ao de países como Espanha, Portugal, Itália, Irlanda, China e Índia, e de todos os países da América Latina, mas inferior ao de Canadá, Reino Unido, França, Taiwan, e à média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 2,3% do PIB regional.

O dispêndio total do Brasil chegou a R$ 34,2 bilhões em 2008, com intensidade de 1,14% do PIB. A maior parte (63%) dos investimentos no Estado de São Paulo foi realizada pelo setor privado.

“Esse é mais um traço marcante da economia paulista, mais industrializada do que a de outras unidades da federação, tendo as empresas na liderança do esforço de investimento em P&D”, informa o capítulo 3, escrito sob a coordenação de Carlos Henrique de Brito Cruz e dos economistas José Roberto Rodrigues Afonso, do BNDES, e Sinésio Pires Ferreira, da Fundação Seade.

A composição dos gastos em P&D em São Paulo se distingue da de outros estados e da média brasileira. Apenas 13% desses dispêndios em São Paulo têm origem federal, enquanto nos demais estados a parcela chega a 53%. Já o dispêndio do governo estadual em São Paulo chega a 24%, ante 8,4% no conjunto das demais unidades da federação.

Por fim, o gasto privado equivale a 63% do total em São Paulo, ante 38% nos outros estados. A tendência vem se acentuando. O dispêndio empresarial paulista cresceu 37% em 2008 em comparação a 1995, em valor real (corrigido pelo IGP-DI). No mesmo período, o dispêndio do governo estadual cresceu 47%, enquanto o federal avançou apenas 3%.

Indicador de mudança

O Estado de São Paulo contava com quase 63 mil pesquisadores em 2008, contingente 66% maior do que o estimado para 1995. Uma novidade é a ampliação das oportunidades de trabalho no setor privado. Embora as instituições de ensino superior abriguem grande parte desse contingente (42%), foi o número de pesquisadores empregados em empresas que mais cresceu no período (96%), fazendo sua participação no total passar de 45% em 1995 (com 17.133 pesquisadores) para 53% em 2008 (com 33.528).

“A constatação de que as próprias empresas estão ampliando seus contingentes de pesquisadores é, em si, indicador de mudança importante do comportamento empresarial, que, ao que tudo indica, começa a considerar inovação tecnológica como elemento importante de suas estratégias de concorrência e crescimento”, informa o texto.

Considerando o número de pesquisadores por milhão de habitantes, a situação de São Paulo é ligeiramente superior à da China, Argentina, México e do total do Brasil, mas é inferior à de nações com os quais o país precisa competir, caso da Espanha, Rússia e Coreia do Sul. “É fundamental uma estratégia para que o número de pesquisadores no Estado de São Paulo aumente substancialmente nos próximos anos. (...) Para o caso do Brasil, o desafio é maior ainda”, conclui.

Em 2006, 28% dos 21,4 milhões de brasileiros com elevado nível de qualificação residiam em São Paulo. Os números, embora respeitáveis, perdem parte do brilho quando são relacionados à população economicamente ativa: 20,4% para o Brasil e 25,2% para São Paulo.

Na Espanha, por exemplo, essa parcela chega a 37,6%. Curiosamente, tanto no Brasil quanto no Estado de São Paulo o número de pessoas em ocupações com elevada qualificação era bem maior que o de pessoas com nível superior, o que indica um déficit educacional da força de trabalho mais qualificada.

“Ao mesmo tempo, notou-se que parcela expressiva dos indivíduos com nível de escolaridade superior insere-se em ocupações com exigências de qualificação aparentemente inferiores à adquirida em sua formação escolar. Ou seja, está-se diante de um aparente paradoxo: há cada vez mais pessoas tituladas no ensino superior, mas, em simultâneo, há carência de profissionais qualificados”, observa o estudo.

Leia o texto completo em: www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4477&bd=1&pg=1&lg=

Crianças pouco ativas

08/07/2011

Agência FAPESP – Quando a criança cresce e passa para o ensino médio, o nível de atividade aumenta. Alunos do ensino médio estão, em média, 20% mais ativos que estudantes do ensino fundamental, indica levantamento feito pelas secretarias da Saúde e da Educação, realizado em parceria com o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs).

A tendência sempre foi o inverso. Quanto mais velha a pessoa fica, menos pratica exercício físico. Essa mudança de comportamento acende um alerta. Indica que, a cada geração, o problema da falta de atividade física se agrava.

“A hipótese principal é que as crianças têm exposição maior a computador, videogame e televisão. Hoje, as crianças são hábeis com a tecnologia. Porém o custo disto é que não se exercitam adequadamente. Uma das consequências é a obesidade infantil”, disse Victor Matsudo, coordenador do Agita São Paulo, programa estadual voltado ao incentivo da prática de atividades físicas.

O programa Agita São Paulo recomenda que as crianças se movimentem em pé por cinco minutos a cada meia hora de atividade sentada.

Matsudo coordena o projeto de pesquisa Análise das Curvas de Crescimento, Desenvolvimento e Maturação de Escolares de Ilhabela, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

O levantamento foi feito com 2,5 mil escolares da 5ª e 9ª séries do ensino fundamental (ciclo II) e do 3º ano do ensino médio, em uma amostra representativa para o Estado de São Paulo.

Os jovens responderam a um questionário onde apontavam quanto gastavam de tempo com cada atividade. A recomendação internacional mínima para realizar atividade física é de 300 minutos por semana para crianças e 150 minutos para adultos.

Quanto mais tempo a criança fica sentada, maior é o seu peso corporal e índice de massa corpórea e maior é o nível de colesterol ruim e triglicérides. Em contrapartida, menor é o nível de colesterol bom e menor é o nível de potência aeróbica (capacidade do organismo em transportar oxigênio).

Celafiscs: www.celafiscs.institucional.ws

quinta-feira, 7 de julho de 2011

CNJ quer que Judiciário dê mais atenção à saúde

O Conselho Nacional de Justiça aprovou, na terça-feira (5/7), recomendação a todos os tribunais para que adotem medidas com vistas a subsidiar melhor os magistrados e demais operadores de Direito no estudo e julgamento de decisões relacionadas à saúde.

Desde o ano passado, por meio do Fórum da Saúde, o CNJ vem avaliando e monitorando as ações judiciais na área, sobretudo os setores que mais demandam ações na Justiça (em sua maior parte, pedidos relacionados ao Sistema Único de Saúde — SUS). Os dois primeiros levantamentos das ações judiciais de saúde constataram a existência de 241 mil processos em tramitação nos tribunais

A nova recomendação vem para complementar as ações do Conselho e, ao mesmo tempo, levar os tribunais a separarem as ações e contribuir com a avaliação e monitoramento das que tratam de planos e seguradoras. Na prática, o texto recomenda aos tribunais que celebrem convênios para oferecimento de apoio técnico aos magistrados, sem ônus para os tribunais, de médicos e farmacêuticos indicados pelos comitês executivos estaduais do Fórum da Saúde. Estes profissionais vão auxiliar os juízes e desembargadores na formação de um juízo de valor quanto à apreciação das questões clínicas apresentadas pelas partes, observando-se as peculiaridades regionais de cada caso.

Os juízes também serão orientados a, por meio das corregedorias de seus tribunais, oficiar (quando cabível e possível) à Agência Nacional de Saúde Suplementar, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ao Conselho Federal de Medicina e ao Conselho Federal de Odontologia sobre os processos. O intuito é fazer com que tais entidades possam se manifestar sobre a matéria debatida dentro das suas atribuições e sobre obrigações regulamentares das operadoras, bem como medicamentos, materiais, órteses, próteses e tratamentos experimentais.

O CNJ recomendou, ainda, no mesmo documento, que a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e as escolas de magistratura estaduais e federais promovam seminários para estudo e mobilização na área de saúde, de forma a propiciar maior discussão e entrosamento sobre a matéria. E que os conselhos gestores do Fórum da Saúde incluam, entre os seus integrantes, um representante de planos de saúde suplementar.

A recomendação entra em vigor assim que for publicada no diário eletrônico da Justiça — o que acontece nos próximos dias. A matéria foi relatada pelo conselheiro Milton Nobre, atual coordenador do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde, que tem como membros os conselheiros Marcelo Nobre e Nelson Tomaz Braga. Foi aprovada, por unanimidade, pelo plenário do CNJ. Com informações da Agência de Notícias do CNJ.

http://www.conjur.com.br/2011-jul-06/cnj-judiciario-atencao-temas-saude

terça-feira, 5 de julho de 2011

VAMOS NOS PREPARAR PARA A 2ª CONFERÊNCIA DA JUVENTUDE

O Movimento Ubatuba em Rede vem por meio deste solicitar a colaboração na divulgação do texto base da 2ª Conferência da Juventude. Solicita a todos que imprimam uma cópia e socializem pois não temos recursos para impressão para todos.
Como o texto é longo, os inscritos poderiam ser divididos em cinco grupos de acordo com os 5 eixos temáticos.

15 - Neste documento são apresentados cinco eixos de direitos da juventude para contribuir com o debate que a Conferência irá proporcionar:

Direito ao Desenvolvimento Integral: educação, trabalho, cultura, comunicação;

Direito ao Território: cidade, campo, transporte, meio ambiente e comunidades tradicionais;

Direito à experimentação e qualidade de vida: saúde, esporte, lazer e tempo livre;

Direito à diversidade e à vida segura: segurança, valorização e respeito à diversidade e direitos humanos;

Direito à participação



A Comissão Nacional prorrogou os prazos para inscrição dos municípios. As conferências deverão ser realizadas nos seguintes prazos:
a) livres - não elegem delegados - de 01/06 a 30/09
b) municipais ou regionais - de 01/06 a 18/09
c) estaduais - de 01/09 a 31/10 (portanto, os municípios que quiserem eleger delegados terão que entregar seus relatórios 20 dias antes da etapa estadual)
d) nacional - em Brasília - de 09 a 12/12

PROPOSTA: reunião para formação da comissão organizadorae esclarecimentos
no dia 18 às 19 h na Câmara Municipal

Para maiores informações clique em http://conjuve.org/

VEM AÍ A 2ª CONFERÊNCIA DA JUVENTUDE. PARTICIPE

A Conferência, convocada pelo Decreto de 12 de agosto de 2010, tem por objetivo geral contribuir para a construção e o fortalecimento da Política Nacional de Juventude, e os seguintes objetivos específicos:

I - fortalecer a relação entre o governo e a sociedade civil para maior efetividade na formulação, execução e controle da Política Nacional de Juventude;

II - promover, qualificar e garantir a participação da sociedade, em especial dos jovens, na formulação e no controle das políticas públicas de juventude;

III - divulgar, debater e avaliar os parâmetros e as diretrizes da política nacional de juventude;

IV - indicar prioridades de atuação do Poder Público na consecução da Política Nacional de Juventude;

V - deliberar sobre a estratégia de monitoramento das resoluções da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude;

VI - apresentar subsídios para a construção do Sistema Nacional de Juventude;

VII - propor aos entes federados estratégias para ampliação e consolidação da temática juventude junto aos diversos setores da sociedade;

VIII - propor aos entes federados diretrizes para subsidiar a elaboração de políticas públicas de juventude;

IX - propor e fortalecer mecanismos de articulação e cooperação institucional entre os entes federados e destes com a sociedade civil no âmbito das políticas públicas de juventude;

X - colaborar e incentivar a atuação conjunta de municípios e estados em torno de planos e metas comuns para a população jovem;

XI - identificar e fortalecer a transversalidade do tema juventude junto às políticas públicas nos três níveis de governo;

XII - mobilizar a sociedade e os meios de comunicação para a importância das políticas de juventude para o desenvolvimento do país;

XIII - fortalecer e facilitar o estabelecimento de novas redes de grupos e organizações de jovens;

XIV - fortalecer, ampliar e diversificar o acesso da sociedade civil, em especial da juventude, aos mecanismos de participação popular; e

XV - fortalecer as instituições democráticas e o próprio conceito de democracia no Brasil.