quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A AVÓ GRILO: O MITO DA DONA DA ÁGUA

Elaine Tavares



Esta é uma história que é contada milenarmente pelo povo Ayoreo, da Bolívia. Dizem eles que no principio havia uma avó, que era um grilo chamado Direjná. Esta avózinha era a dona da água e por onde quer que ela passasse com seu canto de amor, a água brotava. Um dia, os netos pediram que ela fosse embora e ela partiu, triste. Mas, na medida em que ia sumindo, também a água ia embora. Neste vídeo, a história se atualiza e na sua viagem para lugar nenhum a avó é encontrada pelos empresários que a aprisionam e fazem com que ela faça a água cair apenas nos seus caminhões pipa. Então, eles vendem a água. O povo passa necessidade e sofre. A avózinha também sofre. Até que um dia, o povo entende que é preciso lutar. Então….

Vale a pena ver essa beleza de desenho animado, que representa a poderosa luta dos povos originários contra a mercantilização da natureza.

A produção foi feita na Dinamarca, por The Animation Workshop, Nicobis, Escorzo, e pela Comunidade de Animadores Bolivianos. O trabalho de desenho foi realizado por oito animadores bolivianos, dirigido por um francês, com música da embaixadora da Bolívia na França, e a ajuda de um mexicano e uma alemã. Todo juntos na defesa dos recursos naturais.


Abuela Grillo from Denis Chapon on Vimeo.

http://www.brasildefato.com.br/node/4499

Um comentário:

  1. O mito da dona da água.
    Ana Paulina Soares - 2010-10-30 07:20
    O que ainda não é mercadoria? A terra desde há muito! O fogo, pelas armas, também. A água, a cada dia mais. O ar virou crédito de carbono!

    Sólido, líquido e gasoso.

    Florestas*? Alguém se disse dono da floresta, aquela mesma que o tal "homem da caverna" usava livremente... e delas não se pôde mais coletar seus frutos, suas flores, suas medicinas... nem tirar madeira para construir suas casas, para aquecer no inverno, para cozinhar o alimento. Alimento da terra mercadoria! Água para beber, cada dia mais cara.

    Valor de uso? Pra quê? Para esses lá, o valor de troca é que importa!

    E estamos deixando, deixando, deixando... privatizar, privatizar, privatizar!

    (*)Ver Karl Marx: Debates sobre a lei relativa ao "roubo" da floresta (Suplemento da Rheinische Zeitung, no. 298, 25 de outubro de 1842) In Bensaid, Daniel. Les dépossédés. Karl Marx, les voleurs de bois et le droit des pauvres. Paris, La Fabrique Éd. 2007.

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